Pesquisa sugere uso de impressoras 3D para corrigir falhas no planeta
A GXN Innovation propõe corrigir microfissuras no asfalto, perda de isolamento térmico e danos a corais a partir da tecnologia
Consertar o mundo com impressão em 3D? Parece maluco, mas é o que a GXN Innovation propõe. A subsidiária da empresa de arquitetura dinamarquesa 3XN revelou uma pesquisa que sugere o uso das impressoras 3D autônomas e robóticas para reparar falhas na infraestrutura do nosso planeta.
A proposta “Break The Grid” imagina um futuro próximo onde desafios globais, como recifes de coral danificados e impactos térmicos de arranha-céus são corrigidos com esses dispositivos.
“Liberar impressoras 3D para enfrentar esses desafios pode ser uma revolução em andamento”, diz Kasper Jensen, fundador da GXN.
“Ao permitir que os robôs de impressão 3D rastejem, nadem e voem, podemos lidar com ameaças ambientais urgentes em todo o mundo a um custo menor e com maior eficiência”, completa.
Um desafio que a proposta aborda é o estado atual de deterioração em nossa infraestrutura global. A equipe do projeto supõe que as impressoras 3D possam ser usadas para reparar microfissuras – ponto de partida para mais danos ao asfalto.
Em teoria, as impressoras 3D escaneariam as áreas em busca de sua integridade estrutural e, quando necessário, inseriam um material poroso misturado ao fungo Trichoderma reesei para promover a formação de carbonato de cálcio.
O segundo desafio global é a significativa perda de calor e de energia resultante do envelhecimento de arranha-céus nas principais cidades.
O Break The Grid concebe, então, um sistema de impressão baseado em drone para identificar e preencher pontes térmicas nesses prédios antigos e altos, permitindo soluções eficientes baseadas em materiais a serem definidos de acordo com o caso.
Os pesquisadores estão explorando como estruturas com classificação funcional poderiam combinar vidro com polímeros de alto desempenho para fornecer novo isolamento térmico a edifícios antigos.
A GXN também propõe análises dos efeitos prejudiciais das mudanças climáticas nos habitats costeiros. Diz-se que mais de 10% das populações costeiras do mundo vivem menos de 10 metros acima do nível do mar e estão se tornando mais vulneráveis a tempestades e tsunamis catastróficos.
Os pesquisadores desenvolveram um adesivo à base de ostras que os drones subaquáticos misturariam com as areias do fundo do oceano, criando um aglutinante para criar e reparar estruturas de recifes de corais.
“As tecnologias convergentes estão possibilitando novas abordagens para a construção ”, explica Mads Kjøller Damkjær, CEO do Dansk AM Hub Fund.
“Esperamos inspirar a indústria de manufatura aditiva a prever novas possibilidades, que exigirão a combinação de design e tecnologia para mudar nossos valores e nossas atuais formas de pensar”, finaliza.