Enquanto muitos negócios se vêem em perigo por conta do coronavírus, os escritórios de arquitetura não foram afetados pela COVID-19, segundo pesquisa realizada pela Archademy, maior Market Network do setor no Brasil. Os dados levantados por eles, mostraram que a quarentena impulsionou o mercado arquitetônico.
O estudo desenvolvido pela Construtech revela que mais de 85% dos escritórios geraram propostas no período de isolamento social. Destes, 33,3% desenvolveram entre 4 e 10 propostas durante a pandemia. Participaram da pesquisa 650 escritórios de todo o país.
No segmento residencial, 59,5% das propostas pediam reformas no layout geral da casa. Ao todo, 77,5% dos escritórios receberam solicitações de projetos focados no lar. Dos pedidos, 50,5% abrangiam adaptação da casas para home office, enquanto 47,5% envolviam também adequação dos espaços de convivência da família e 21,5% incluíam formatação do ambiente para as crianças.
Já no ramo corporativo, a maior demanda por projetos esteve relacionada às mudanças nas relações de trabalho pós-isolamento. No total, 73,1% dos escritórios receberam pedidos de projetos para empresas, dos quais 29,7% pediam readequação de layout para respeitar o distanciamento social, 26,6% precisavam renovar o ambiente, que ficou menor com a pandemia, e 18,8% queriam adaptar o layout para atender à rotatividade vinda do home office.
“Há um aumento nas alternativas para recorrência de projetos durante a crise, com novos serviços, principalmente aqueles cujo processo seja majoritariamente digital. Porém, o ticket médio dos projetos tendem a diminuir, visto o cenário de crise econômica que estamos vivenciando”, analisa Raphael Tristão, CEO da Archademy. “Isso vai aumentar a necessidade dos escritórios otimizarem seus processos e reduzirem custos, para que possam aumentar o volume de serviços prestados por mês. Capacidade de prospecção ativa também será essencial para os escritórios daqui para frente”, complementa.
O isolamento social também fez com que os profissionais focassem mais nas redes sociais. A pesquisa mostrou que 65,9% dos escritórios estão investindo em posicionamento nas redes sociais e 23,2% estão apostando em mídia digital paga. Sobre isso, Tristão afirmou que será a nova forma de validação: “Tal como aconteceu com a TV, as grandes distribuidoras de conteúdo buscarão nos influenciadores a autoridade para validarem suas respectivas marcas, ao contrário do que acontecia até então, onde elas eram as validadoras de profissionais”, conclui.