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MDP ou MDF: qual o melhor? Depende! 

Querendo saber qual madeira vale a pena investir? Te contamos tudo!

Por Luiza Cesar
Atualizado em 13 abr 2024, 21h33 - Publicado em 13 abr 2024, 19h00

Para quem está reformando a casa ou procurando novas peças para transformar o visual interior, a dúvida de qual madeira selecionar sempre aparece. Os tipos MDP e MDF acabam sendo os mais populares quando o assunto é mobília.

Os dois são produzidos a partir da mesma árvore, pinus ou eucalipto, e a utilização na fabricação de peças é barata e funcional. Mas afinal, MDP ou MDF, qual o melhor? Essa dúvida cruel depende do propósito e uso do móvel, pois ambos possuem vantagens. O arquiteto Bruno Moraes, que comanda o escritório BMA Studio explica a diferença entre os materiais e dicas para o melhor uso de cada um.

O que é MDP?

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Sigla de Medium Density Particleboard, este painel aglomerado é formado por partículas de madeira unidas com resinas sintéticas, com ajuda da temperatura e alta pressão. Com três camadas, uma grossa (o miolo) e duas finas (superfícies), a configuração dá maior uniformidade para o material.

Por causa disso, o MDP é mais robusto e apresenta uma boa estabilidade e resistência a parafusos. Por ser bem estruturado, consegue aguentar uma grande carga de peso. Não confunda MDP com um painel aglomerado. Este cria móveis mais baratos com restos de madeira e cola – o que faz com que se desmanche com muita facilidade.

O que é MDF?

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Também conhecido como Medium Density Fiberboard, ele é um painel de madeira reconstituído, produzido por fibras de madeira e resinas sintéticas. As placas são colocadas umas sobre as outras e fixadas com pressão e calor.

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O MDF possui boa estabilidade, assim como o MDP. A possibilidade de fazer cortes em diferentes direções resulta em peças arredondadas e com contornos, permitindo que você coloque toda a sua criatividade no design. Seu material uniforme e maciço facilita a construção de acabamentos elegantes e sofisticados.

MDF x MDP: Diferenças

MDP ou MDF: qual o melhor? Depende! Projeto de BMA Studio. Na foto, bancada de cozinha com espaço para armazenamento.
Com a cozinha integrada, é preciso ficar atento para não perder nenhuma oportunidade para ampliar os cantinhos de depósito, sempre, claro, tendo cuidado para não sobrecarregar o design – aqui, o móvel feito em marcenaria exerce função dupla de buffet, sem prejudicar a estética. (Guilherme Pucci/Divulgação)

Uma chapa de MDF é formada por fibras de madeira e resina sintética que resultam em uma massa uniforme. Por apresentar um preenchimento superior, é mais fácil executar cortes em diferentes formatos e direções, principalmente os curvos, em função das frestas e partículas. “Nesses casos, o MDP resultaria em um acabamento irregular e com rebarbas”, explica o profissional.

Produzida em madeira prensada, entre as quais é possível observar frestas com ar, a chapa de MDP se diferencia do MDF justamente neste quesito. Enquanto a primeira constitui uma massa sólida e totalmente preenchida, a segunda permite que esses pequenos espaçamentos acumulem oxigênio.

“Os dois materiais são muito usados na fabricação de móveis diversos e geralmente possuem acabamentos laminados, fazendo com que fiquem idênticos quando os móveis estão prontos. A diferença está nas possibilidades de manuseio e características de utilização”, esclarece Bruno Moraes.

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Qual o mais resistente?

MDP ou MDF: qual o melhor? Depende! Projeto de BMA Studio. Na foto, bancada, banquetas, bicicleta.
Aqui, o escritório fica em um lugar privativo, mas integrado ao estar. A mesa espaçosa (com 65 cm de profundidade e 2,8 m de extensão), dispõe de até três lugares. Enquanto os gaveteiros com rodinhas seguem de um lado para o outro rapidamente, as cadeiras têm ajuste de altura. (Luis Gomes/Divulgação)

Sendo as duas muito boas e com alta durabilidade, o que você precisa analisar é o ambiente e o uso.

MDF, por exemplo, não é resistente à água, sendo a MDP melhor para ambientes úmidos, dificultando sua expansão e desgaste. Já o MDP segura mais o peso, porém a MDF é mais resistente ao atrito. MDP fornece um leque de possibilidades para revestimento.

Quando usar um ou outro?

MDP ou MDF: qual o melhor? Depende! Projeto de BMA Studio. Na foto, home office com bancada e estante azul.
Para o cliente que trabalha com videogames, o projeto adotou o MDF com visual amadeirado. Já no móvel superior azul, os armários abertos são perfeitos para expor a coleção geek e, em geral, a parede de estantes permite amplo armazenamento e um visual especial ao espaço de trabalho. (Guilherme Pucci/Divulgação)

Segundo o arquiteto, antes de decidir por um ou por outro, é necessário avaliar para qual finalidade os materiais serão usados. Por si, o MDF é denso, versátil, mais resistente ao atrito, sua superfície lisa aceita bem a pintura e a facilidade no recorte possibilitam criar móveis com design diferenciado e combinações entre os mais diferentes projetos. Porém, Bruno recomenda que deve ser utilizado com cautela em ambientes úmidos, pois em contato com a água é comum ocorrer o estufamento.

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Já o MDP é mais resistente ao peso e tem sua melhor aplicabilidade em ambientes úmidos por conta dos espaços entre as partículas de madeira que impedem o rápido estufamento. Por suas características é recomendado apenas para a execução de cortes retos e, em função da sua porosidade, dificulta a remoção e recolocação de parafusos, o que pode desgastar o móvel com mais facilidade.

Qual a melhor madeira para móveis?

MDP ou MDF: qual o melhor? Depende! Projeto de BMA Studio. Na foto, sala integrada com cozinha, painéis de madeira.
Responsável por trazer cor e funcionalidade a esta sala e cozinha bem integradas, a marcenaria esconde a geladeira e a área de serviço neste apartamento de 83 m³ e é apenas um de muitos exemplos das soluções possíveis para resolver o décor. (Luis Gomes/Divulgação)

Não existe a melhor para mobílias no geral, e sim para cada tipo de situação. Opte pelo MDF se procura acabamentos e formatos específicos. Um visual mais homogêneo, maleabilidade e resistência ao atrito. E escolha MDP quando for receber pinturas e vernizes, lembrando que sua superfície não é uniforme, estanqueidade e que não ficará danificado ao entrar em contato com a umidade. A mistura dos dois também pode ser uma possibilidade, trazendo o melhor dos dois mundos. Com alta segurança, design e funcionalidade.

Em linhas gerais, de acordo com Bruno Moraes, o MDF geralmente é indicado para bancadas, prateleiras ou mesas de centro redondas. “É perfeito também para detalhes delicados como painéis ripados”, destaca. Já o MDP pode ser eleito para as caixarias dos móveis do banheiro ou prateleiras que precisam suportar uma carga mais pesada como armários, guarda-roupas ou dispensas.

É possível utilizar ambos os materiais no mesmo móvel. Por exemplo, o tamponamento e caixas de um armário de cozinha podem trazer o MDP, pois ficarão fixados na parede e em contato com as instalações hidráulicas. Já as portas e gavetas são realizadas em MDF, principalmente se tiver algum detalhe em usinagem ou corte arredondado.

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Em seus projetos, Bruno costuma utilizar o MDF por trabalhar com mesclas entre cores lisas, foscas e com nuances de amadeirado. Ele ressalta que a definição dos materiais depende também das referências solicitadas pelos moradores. “Procuro analisar as características de meus clientes e as preferências na paleta de cores. Também considero que o acabamento deve se conservar bem por, pelo menos, 10 a 15 anos”, enfatiza.

Não é tão simples especificar qual o melhor material, ferragem e custo benefício para a marcenaria. Posto isso, é aconselhável procurar um profissional para ajudar a definir de acordo com o projeto e conseguir montar um orçamento.

Qual o melhor para usar no guarda-roupa e armários?

Sala de estar.
O Projeto do Estar e Jantar da arquiteta Cristina Menezes mesclou elementos modernos à arquitetura dos anos 60. A estante foi desenvolvida pela arquiteta e é feita em módulos de MDP, da Berneck, produzido dentro dos conceitos de sustentabilidade.  (Divulgação/Divulgação)

Para peças de linha reta – como portas, prateleiras e gavetas -, o MDP é uma ótima escolha, apresentando uma resistência mais estrutural, além de ter um custo menor.

Se procura uma manipulação mais fácil e com uma superfície mais lisa, permitindo diferentes acabamentos – como pintura laqueada, colagem de lâminas, impressão de padrões, etc – MDF é o ideal – e a mais utilizada em marcenarias.

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