Aço corten: essência cosmopolita
Cada vez mais presente em projetos contemporâneos, o material de ar rústico e espírito industrial tem, paradoxalmente, um grande poder de atualizar residências.
Em sua evolução, a arquitetura tem valorizado elementos capazes de aproximar homem e natureza. Partidários da concepção do historiador e filósofo britânico Kenneth Frampton, autor do livro História Crítica da Arquitetura Moderna, os arquitetos Isay Weinfeld, no Brasil, Marlon Blackwell, Kathryn Dean e Charles Wolf, nos Estados Unidos, e os espanhóis Carmina Casajuana, Beatriz G. Casares e Marcos González, do MYCC, entre muitos outros, em vários pontos do planeta, consagraram o aço corten como elemento de uma nova estética, com influência até nas artes plásticas. Fascinado pelo aspecto mineral do aço, o mineiro Amilcar de Castro, por exemplo, criou obra monumental. Em esculturas ou fachadas e interiores, o material de aparência enferrujada realça volumes e garante um toque vanguardista aos projetos. “É simples de usar, de trabalhar”, atesta Isay, que o especifica em muitos de seus desenhos. De certa forma, essa escolha traduz uma dose de irreverência ao subverter a lógica industrial e tirar o produto de seu hábitat: as fábricas, os estaleiros, as ferrovias – nas quais, aliás, ele surgiu.