Uma visita de exploração ao terreno íngreme ainda vazio ajudou o arquiteto fluminense Maurício Rebello e seu sócio, o engenheiro civil Getúlio Evangelista, a localizar o trecho do lote em que a vista da baía de Guanabara, pontuada pela silhueta do Corcovado, do Pão de Açúcar e da pedra da Gávea, seria onipresente na futura construção. Com esse cartão-postal em mente, eles partiram para o desenho da casa em Niterói. “Sabíamos exatamente a que altura deveria ficar a sala envidraçada, cercada de paisagem por todos os lados”, conta Maurício. Definir o partido estético não demorou nada. Os clientes, um casal jovem com um filho pequeno, tinham certeza do que queriam. Um pedido foi a fachada contemporânea branca – para refletir a abundante luz natural. Apesar das linhas retas e da adoção dos mesmos revestimentos em todos os ambientes, a casa nunca é monótona. Do ponto de vista arquitetônico, o porquê está na implantação dos blocos: “Há movimento neles, que são sempre recortados por grandes painéis de vidro fixos ou articulados de até 5,50 m de lado”, descreve Getúlio. Diante dessas janelas, porém, é difícil não poetizar – e concluir que não há risco de repetição num cenário que se transmuta a cada momento.
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Ponto de vista: projeto carioca vale-se da vista de cartão postal
Completamente voltada para uma das mais belas vistas do Rio, a baía de Guanabara, a casa de linhas retas foi concebida como um mirante para o desfrute total da paisagem.
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