Por muitos anos, uma família composta por um casal que adora ler, com três filhas que tocam instrumentos musicais, morou em diversos estados brasileiros e até em outros países. Quando eles voltaram de vez para o Brasil, resolveram comprar esta cobertura duplex de 210m², na zona sul do Rio de Janeiro), e fixar residência.
Embora o imóvel já estivesse reformado, a arquiteta Ketlein Amorim, do escritório Ketlein Amorim Arquitetura, foi convocada para adaptá-lo às necessidades e ao gosto dos novos moradores, com pequenas obras pontuais.
“Eles pediram para acabar com um closet que havia no segundo andar e transformar o espaço dele em um quarto de música, que também poderia ser usado como quarto de hóspede, com tv”, conta ela.
“Também pediram um projeto completo para o quarto da filha mais velha de 13 anos, para aproveitar ao máximo os móveis que já tinham e adquirir apenas o que fosse necessário, tornar a área externa mais funcional, adequar a sala do segundo andar a um estilo de vida mais despojado, colocar um guarda corpo na escada, criar espaço para acomodar muitos livros e bolar um mapa do mundo para que a família marcasse os locais onde já tinha estado”, acrescenta ela.
No primeiro andar, o projeto da arquiteta contemplou a sala, o quarto da filha mais velha e o quarto do casal, enquanto, no segundo andar, ela mexeu na sala, no quarto, no banheiro e na área externa. “Também fizemos pequenas interferências no quarto das duas filhas, na copa-cozinha e no hall social do elevador”, revela Ketlein.
A obra civil foi relativamente pequena, com poucas modificações na planta do imóvel. No segundo andar, por exemplo, um closet (que tinha um lavatório dentro) e uma cozinha vizinha compacta foram eliminados para, no lugar, criar um quarto de música que poderia servir também de quarto de hóspedes, com tv.
Na decoração, a maioria dos móveis foi reaproveitada tanto de residências anteriores como do guarda-móveis que a família alugava quando mudava de país. Como o atual apartamento é definitivo, a arquiteta Ketlein Amorim lançou mão de todo o acervo, mesclou as peças que melhor se harmonizavam no novo projeto e complementou com novas aquisições.
“Itens como papéis de parede, revestimentos cimentados e tapetes coloridos ajudaram a criar a nova identidade do apartamento”, avalia ela.
Como os clientes tem muitos livros e adoram ler, eles queriam um ambiente com função de biblioteca longe do agito da casa. E também pediram para que a sala de jantar ficasse próxima à cozinha principal.
A partir daí, a arquiteta propôs integrar os dois espaços, uma vez que a mesa de jantar também poderia servir de apoio de leitura ou estudo. Com estrutura vazada de alumínio que lembra aço cortén e prateleiras de madeira rústica, as estantes de livros piso-teto foram projetadas pela arquiteta especialmente para o espaço, tornando-se um elemento de destaque no décor. De resto, ela mesclou peças que já faziam parte do acervo da família com novas.
Já eram deles, por exemplo, a poltrona Lounge by Charles Eames (que foi reformada), a mesa de jantar Saarinen, as cadeiras de jantar em ferro e fibra natural, a escrivaninha sob a escada, os adornos e os livros. Para completar o espaço, foram adquiridos não só estante como também o tapete, o extenso banco sob a janela, os cabos de aço fixados nos degraus da escada e os itens de iluminação.
Um móvel antigo baixo que também já era da família (de madeira escura, portas espelhadas e estilo clássico) foi repaginado com novo acabamento, em laca num tom amarelo.
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