Casa ganha segundo andar e decoração inspirada no automobilismo
O GF Estúdio ampliou a área construída de 350 m² para 580 m² e incorporou a paixão do morador por automobilismo nas peças de decoração e na garagem.
Quando o arquiteto Gabriel Fernandes, do GF Estúdio, foi contratado por um casal com dois filhos, esta casa localizada no Canto do Forte, na cidade Praia Grande (litoral sul de São Paulo), tinha apenas a estrutura, entre pilares, vigas, lajes e telhado, com poucas alvenarias prontas. Sua missão foi então adaptar a construção existente às necessidades e gostos da nova família de proprietários.
“Abrimos vãos para entrar mais luz natural, remodelamos todo o layout e construímos o segundo pavimento, que não existia. Ao final, a casa passou a ter 580 m², sendo 350 m² de área construída”, diz Gabriel. No novo projeto, toda a área íntima da família ficou concentrada no andar superior, deixando o andar térreo para o convívio social, setorizado em sala de estar, sala de TV, sala-bar, quarto de hóspedes, piscina, garagem do colecionador, cozinha e varanda gourmet com churrasqueira.
Segundo o arquiteto, trazer a paixão do dono da casa por carros para dentro do projeto foi seu maior desafio. Uma das soluções foi celebrar o design automobilístico não só através de algumas peças de mobiliário, como poltrona Soto em metal vazado (do designer Ronald Sasson) e o sofá 50 (de Zanini de Zanine), como também por meio do grande visor de vidro incolor na parede lateral da sala-bar, que enquadra o carro do cliente, estacionado na garagem.
Outra referência aparece na fachada da casa, que ganhou brises ripados horizontais, análogos a um trapézio-retângulo frontal dos clássicos modelos Audi, dos anos 90.
Entre os móveis novos, na sala, Gabriel destaca também o par de poltronas em tiras de couro trançadas (de Carlos Motta), a poltrona N (do mestre Zanine Caldas) e a mesa de centro em muxarabi (do designer Ronald Sasson). Já os objetos e adornos passaram por uma curadoria mais afetiva, ligada à religiosidade, símbolos da arte popular e superstições típicas das casas brasileiras, como vidros com sal grosso e figas de madeira. Nesta mesma linha também se enquadra a fotografia de uma janela antiga de Tiradentes, de Marcelo Oséas, especializado em cultura brasileira.
No geral, os materiais foram escolhidos pensando em uma arquitetura com rigor estético, ainda que trouxessem uma atmosfera básica e brasileira ao projeto. O piso da cozinha, por exemplo, foi revestido com lâminas de pedra ardósia, enquanto boa parte dos espaços sociais ganhou piso em cimento queimado, replicado na escada. Os demais espaços receberam porcelanatos em tons claros e atemporais.
Confira todas as fotos na galeria abaixo: