Casa de 330 m² repleta de materiais naturais para curtir com a família
Sócios no escritório Mezanino Arquitetura, Philipe Marcondes e Fabiana Villela mostram a casa com 330 m² que projetaram para viver com os quatro filhos
O casal de arquitetos Philipe Marcondes e Fabiana Villela, sócios no escritório Mezanino Arquitetura, morava com seus dois filhos pequenos em um apartamento de três quartos, no centro de Barra do Piraí (município no sul do RJ), até que, em 2013, surgiu a oportunidade de adquirir um terreno de 360 m², na mesma cidade, e construir nele, do zero, uma casa de 330 m² de dois pavimentos, adaptada às necessidades da família.
A obra foi iniciada em março de 2016 e finalizada em março deste ano. “Fizemos tudo com bastante calma para concluir o projeto do jeito que imaginávamos”, explica Philipe. Devido à execução vagarosa, durante a obra nasceram mais dois filhos e a família passou pelo período de pandemia e crise. “Foram momentos de incertezas que que conseguimos superar e hoje podemos ver que todo o esforço valeu a pena”, acrescenta ele.
A integração entre os espaços internos do interior com o exterior da casa foi determinante na concepção do projeto. “Reservamos apenas as áreas íntimas do segundo pavimento e criamos um grande espaço de convívio no restante da casa”, conta Fabiana. Na composição dos espaços, os arquitetos lançaram mão de linhas retas e volumes bem definidos para caracterizar a arquitetura contemporânea.
A utilização de pouca variedade de materiais de acabamento foi proposital para trazer unidade visual à residência e favorecer ainda mais a desejada integração dos ambientes. A fachada principal da casa foi definida por meio de dois volumes retangulares transpassados a uma viga retilínea, que corta toda a extensão do terreno. “Procuramos respeitar a mesma linguagem de materiais da fachada no interior da casa”, acrescenta ela.
A decoração, que segue o estilo contemporâneo, quase minimalista, é integralmente nova, com pouca variedade de material e foco na praticidade. Na área social, por exemplo, predominam a madeira, o branco e o cinza. “A madeira entra como um elemento acolhedor, enquanto o branco faz a ligação entre os ambientes e serve de pano de fundo para a decoração. Já o cinza traz contemporaneidade ao espaço”, justifica Philipe.
Ao longo da obra, o casal de arquitetos adquiriu algumas peças menores com as quais se identificavam, como livros, quadros e objetos. Já o mobiliário foi todo definido em projeto e a ideia original foi mantida até a sua conclusão. Ao final, eles ainda complementaram com mais alguns itens para deixar os ambientes mais acolhedores, mas sempre evitando exageros e conflitos com os materiais de fundo. “Temos um carinho especial pelo cantinho da lareira da sala, próximo à lareira suspensa, ambientado com a poltrona Lounge, do Charles Eames, e a estátua do cachorro”, revela Fabiana.
Outro destaque no projeto são os imensos painéis pivotantes, de esquadrias pretas com vidro transparente e 5,5 m de altura, que separam a sala da área externa. Eles foram determinantes para criar o que os arquitetos chamam de casa saudável, pois aumentam consideravelmente a presença e a permanência da luz natural dentro de casa, favorecem a ventilação e a troca de ar e também possibilitam a total integração e comunicação visual com o exterior.
No segundo pavimento, o quarto de casal apresenta um layout pouco convencional: os arquitetos instalaram uma divisória central em madeira ripada que recebe, de um lado, a cabeceira da cama e, do outro, a bancada com cuba dupla, permitindo acesso à própria bancada, às cabines de banho, à bacia sanitária e ao closet pelos dois lados.
Concebida especialmente para receber os amigos, a varanda gourmet foi estrategicamente posicionada ao lado da cozinha principal para que alguns equipamentos pudessem ser compartilhados entre os dois ambientes.
“Nosso maior desafio neste projeto foi o fato de o terreno ser muito úmido. Foi preciso instalar um sistema de drenagem e suspender o imóvel para evitar o contato da laje com o solo”, conclui Fabiana.