A arquiteta Tainá Binato, do escritório Casa Tauari, estava em busca de um apartamento detonado para morar, em Ipanema (com valor bem abaixo do mercado, pois sua intenção era fazer uma reforma completa, tanto de infraestrutura quanto de decoração), até que encontrou este imóvel antigo de 45 m², antes ocupado por um escritório de engenharia, que fechou as portas na pandemia. “O espaço era horrível, mal ventilado e mal iluminado. Mas vi na área externa um potencial grande”, conta Tainá.
A arquiteta buscava uma morada bem tropical, repleta de materiais naturais, e também que fosse visualmente clean, mas com bastantes texturas para trazer aconchego e ares de refúgio no meio da agitação de Ipanema. No piso, por exemplo, ela optou por cacos de pedra São Tomé porque queria pisar descalça na pedra e ter a sensação de estar fora de casa, minimizando, inclusive, o fato de ser um apartamento compacto.
Segundo a arquiteta, a prioridade do projeto foi trazer mais luz natural e aumentar a sensação de amplitude indoor. Para isso, ela derrubou todas as paredes voltadas para a área externa e, no lugar delas, instalou esquadrias com portas de correr metálicas, na cor branca, com fechamento em vidro transparente. “Também instalamos uma cobertura transparente sobre a mesa de refeições da área externa e, do outro lado, um chuveirão para o pós-praia”, diz ela.
Com a reforma, o espaço da antiga cozinha hoje é ocupado pelo quarto de hóspedes. “Demolimos os armários e uma parede que complementava o pilar e trocamos todos os pontos hidráulicos de lugar”, informa a arquiteta.
O dormitório da suíte do casal foi reduzido para aumentar o espaço dos dois banheiros. Anteriormente fechada, com acesso apenas por uma portinha e duas janelas pequenas, a área externa foi totalmente integrada com a sala e os quartos por meio de esquadrias com portas de correr metálicas, na cor branca, com fechamento em vidro transparente.
O lavabo, que dava para a sala, foi ampliado e transformado em um banheiro social e o banheiro da suíte também foi ampliado para acomodar uma mini-lavanderia (com máquinas de lavar e secar) escondida atrás de uma porta de madeira com palhinha.
Na decoração, Tainá adotou uma paleta de cores com pouco contraste, em tons de areia, permeada por materiais naturais – como madeira, fibra, linho e pedra -, a exemplo do piso em mosaico de cacos de pedra São Tomé, presente em todo o imóvel, inclusive na área externa. “Me sinto na área externa de uma casa, mesmo estando dentro de um apartamento compacto”, diz a arquiteta.
No quesito “mobiliário”, embora não haja muitos móveis soltos no projeto, ela destaca como seus favoritos as cadeiras da área externa, que ela comprou em uma loja online, especializada em móveis de palha e junco naturais, produzidos artesanalmente. Outro xodó da arquiteta é o sofá em L da sala, projetado por ela em alvenaria, com a base revestida com os mesmos cacos de pedra São Tomé do piso e estofamento solto no assento e no encosto, com capas removíveis de sarja off white.
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