Nathalia Favaro, da Vitrô Arquitetura, e Ana Guedelha, assinam em conjunto o projeto do Restaurante Camélia Òdòdó, no bairro da Vila Madalena, em São Paulo. O espaço conta com 74m² de restaurante e café 55m² da Loja Korui e, apesar de usos distintos, ambos compartilham a mesma fachada.
“O projeto de arquitetura foi pensado a partir de um eixo central que conecta a loja ao restaurante e conta com uma escadaria e uma marquise para acesso. Nas extremidades do imóvel configuram-se, de um lado, o salão do restaurante, café e cozinha e de outro, a loja Korui”, comenta Ana Guedelha.
Os principais desafios encontrados pela dupla, na concepção do projeto, foram o declive acentuado ao longo de toda a fachada, a falta de integração entre o imóvel e a rua, a pouca entrada de luz natural e a existência de desníveis internos.
Logo na entrada, uma grande escadaria foi projetada para permitir o acesso ao imóvel – respeitando o desnível natural da rua. Ela, que também serve como uma arquibancada sombreada, cria um efeito de alargamento da calçada. Uma marquise em concreto ajuda nessa integração e abriga a chegada do pedestre a partir do café e percorre toda a extensão até a loja.
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A escolha da paleta de cores, bem como o mobiliário e revestimentos, se relaciona diretamente com as marcas Camélia Òdòdó e Korui. “Todos os tons, que variam entre quentes e terrosos, bem como os materiais, foram pensados para conferir aos ambientes leveza e aconchego, além de resgatar os valores das duas marcas que buscam estar em harmonia com a natureza“, reforça Ana.
Em meio a planta livre da loja, um bloco central existente abriga o programa mais funcional do projeto, composto por banheiro, estoque e caixa. A cozinha e o estoque foram dispostos de maneira a compreender a entrada de serviços a partir da rua e com uma configuração em L, criou-se uma abertura independente para o café.
O deck ao ar livre com um jardim de Plantas Alimentícias Não Convencionais (PANC’S) está entre os highlights do restaurante.
O projeto evitou grandes reformas estruturais na antiga casa. Parte dos resíduos gerados na demolição foram reutilizados na própria obra: no deck externo, no banco da calçada e no mobiliário interno. “Além disso, resgatamos a luz natural do imóvel a partir da abertura dos vãos existentes, que estavam cobertos, gerando um aumento da sensação de amplitude”, afirma a arquiteta Nathalia Favaro, da Vitrô Arquitetura.
Pensando no conceito de gentileza urbana, a dupla implementou alguns elementos que fizeram parte da proposta – como a reforma da calçada, a criação de um banco público, um estacionamento de bicicletas e um bebedouro com água potável gratuita.
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