São Paulo completa 466 anos amanhã (25 de janeiro). Durante a trajetória da metrópole, a Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo auxiliou no desenvolvimento da capital, o que resultou na coleção de patrimônios tombados como históricos, arquitetônicos, culturais e ambientais.
As propriedades catalogadas pelo Conselho Municipal de Preservação do Patrimônio Histórico, Cultural e Ambiental da Cidade de São Paulo (Conpresp) são Edifício Ermírio de Moraes, em 1992; o Parque Doutor Fernando Costa, mais conhecido como Parque da Água Branca, em 2004; e o conjunto arquitetônico do Instituto Biológico, em 2014.
As estruturas, todas com mais de 80 anos, são, ainda hoje, fundamentais para o avanço cientifico, ambiental e agrícola paulista, bem como oferecem áreas de lazer, como parque, museu e aquário para a população.
Confira as construções históricas de São Paulo abaixo:
Edifício Ermírio de Moraes, 1923
O Edifício Ermírio de Moraes, atual sede das Pastas de Agricultura e Abastecimento e de Turismo, foi tombado como patrimônio histórico, social e urbanístico do município de São Paulo por meio da Resolução 37/92, do Conpresp. Na mesma ocasião a Secretaria Municipal de Cultura registrou nove logradouros (espaços públicos comuns que pode ser usufruídos por toda a população) e 293 edifícios na área do Vale do Anhangabaú.
Localizado na Praça Ramos de Azevedo n° 254, o Edifício, que na época pertencia ao Grupo Votorantim, foi inaugurado em 1923 como Hotel Esplanada e compôs o conjunto arquitetônico da região central da capital paulista, o qual já contava com o Theatro Municipal, o Viaduto do Chá e o Prédio Glória.
No ano de 2013 o Governo do Estado de São Paulo comprou o Edifício, com a proposta de revitalizar o centro histórico da cidade, para comportar a Secretaria de Agricultura e Abastecimento. Atualmente, resquícios da arquitetura do Hotel podem ser vistos nos lustres e nas paredes do Salão Nobre, assim como na fachada do prédio.
Parque Dr. Fernando Costa/Parque da Água Branca, 1911
O Parque Dr. Fernando Costa, mais conhecido como Parque da Água Branca, foi tombado como patrimônio histórico, arquitetônico e paisagístico ambiental da cidade de São Paulo pela Resolução 17/04 do Conpresp. O parque já havia sido tombado, também, pelo Conselho de Defesa do Patrimônio Histórico, Arqueológico, Artístico e Turístico do Estado de São Paulo (Condephaat) e em 1996 por meio da Resolução 25/96.
Localizado na Avenida Francisco Matarazzo, n° 455, o Parque da Água Branca Inicialmente foi idealizado pelo prefeito Antônio da Silva Prado para comportar a Escola Prática de Pomologia e Horticultura. Em 1905, o projeto foi iniciado. Ao longo dos anos, vários outros lotes de terra, comprados de particulares, foram sendo incorporados à área da escola, até chegar a mais de 124 mil m². Em 1911, as atividades no local foram encerradas.
De 1939 a 1942, o Governo do Estado adquiriu mais 12 mil m², totalizando assim a área atual do Parque de 136 m². Atualmente o parque é um local de lazer e conta com a sede do Instituto de Pesca (IP) da Secretaria de Agricultura. No parque também há o Aquário do IP, que conta 30 viveiros das principais espécies de peixes de alto valor econômico para a aquicultura e pesca continental.
Conjunto Arquitetônico do Instituto Biológico, 1927
O conjunto arquitetônico do Instituto Biológico (IB), que fica na Avenida Conselheiro Rodrigues Alves, na Vila Mariana, conta com o edifício principal, construído em estilo art déco, e os anexos, como o Museu do IB. As características externas e suas áreas livres da construção são tombados como patrimônio histórico, arquitetônico, paisagístico e ambiental pela Resolução 20/14 do Conpresp e em 2002 pelo Condephaat, por meio da Resolução 113/02. O conjunto simboliza um dos exemplares mais importantes da primeira modernidade na arquitetura paulistana.
O IB foi criado pela lei 2.243 de 26 de dezembro de 1927, sendo chamado de Instituto Biológico de Defesa Agrícola e Animal que tinha como objetivo ampliar as pesquisas iniciadas na década de 1920, relacionadas às pragas que atingiam o café no auge da atividade econômica do produto para o Estado. Em 1928, os meios de comunicação divulgavam a grandiosidade do empreendimento, cujo projeto de autoria do arquiteto Mário Whately, introduzia as mais modernas inovações tecnológicas.
Em 1937, passou a denominar-se somente Instituto Biológico e funcionou em vários endereços na cidade de São Paulo até que todas as seções foram transferidas para o novo prédio na década de 1940. O edifício tem seis pavimentos, 60 metros de frente, 45 metros de fundo e 33 metros de altura, situado à frente de um parque de 332 mil m², dos quais 23.900 m² destinados ao edifício principal e acessórios dos serviços de Biologia Animal e 93 mil m² reservados para o campo experimental de Biologia Vegetal.
Atualmente, com seus 92 anos, é referência em defesa sanitária animal e vegetal, no Brasil e no exterior. O IB gera e difunde conhecimentos científicos e tecnológicos para o negócio agropecuário em 20 laboratórios, nos quais são realizados testes como de resíduos de agrotóxicos em alimentos e de pragas urbanas (cupins, traças e roedores), por exemplo.