Por Nádia Kaku
![ape-115m-home-office-integrado-a-cozinha-studio-ag-arquitetura-foto-Juliano Colodeti-varanda-integrada-mesa-sofa-bancada-gourmet Varanda com fechamento em vidro](https://gutenberg.casa.abril.com.br/wp-content/uploads/2022/06/ape-115m-home-office-integrado-a-cozinha-studio-ag-arquitetura-foto-Juliano-Colodeti-varanda-integrada-mesa-sofa-bancada-gourmet.jpg?quality=95&strip=info&w=1024)
Nos últimos anos, a varanda tem ganhado protagonismo nas plantas dos apartamentos não só pelas metragens cada vez maiores, como também pela versatilidade do seu uso.
“Como muitas vezes há uma churrasqueira, a opção mais comum dos clientes é criar um espaço gourmet. Mas tem muita gente que instala ali o home office ou ainda integra com a sala para ampliar a área social”, enumera o arquiteto Neto Porpino.
![3-integração-varanda-gourmet-e-quarto-gamer-confira-o-projeto-deste-apê Varanda gourmet com churrasqueira](https://gutenberg.casa.abril.com.br/wp-content/uploads/2022/03/3-integrac%CC%A7a%CC%83o-varanda-gourmet-e-quarto-gamer-confira-o-projeto-deste-ape%CC%82.jpg?quality=95&strip=info&w=684)
Dependendo do layout do imóvel, é possível uni-la até com a cozinha e transformá-la em sala de jantar, retirando ou não a esquadria original.
Para aproveitar melhor esses metros quadrados, o fechamento da varanda com vidro é uma prática recorrente. Além de valorizar a vista e aumentar o valor do imóvel, também evita o acúmulo de poeira – principalmente em prédios localizados em avenidas movimentadas -, e ajuda a isolar o ambiente dos barulhos da rua e vice-versa.
“É uma ótima opção tanto para quem tem vizinhos barulhentos quanto para quem é o vizinho barulhento”, explica Katia Regina de Almeida Ferreira, gerente comercial da Construção Vidros. Para quem possui animais ou crianças, é recomendável utilizar redes de proteção além do vidro.
Mas atenção: o fechamento precisa atender a uma série de normas do condomínio, dos fabricantes e também precisa de uma ART ou RRT (documentos que comprovam que o projeto foi desenvolvido por profissionais habilitados), que pode ser emitida por um arquiteto, engenheiro ou até mesmo pela empresa que está fornecendo o serviço.
Passo a passo: como fechar a varanda de apartamento com vidro
![varanda-deck-madeira-projeto-flavia-lauzana-credito-mariana-orsi-664×1024 Varanda com deck integrada](https://gutenberg.casa.abril.com.br/wp-content/uploads/2022/06/varanda-deck-madeira-projeto-flavia-lauzana-credito-mariana-orsi-664x1024-1.jpg?quality=95&strip=info&w=664)
“O primeiro passo é sempre consultar o Regimento do Condomínio, pois as empresas que fornecem o serviço de envidraçamento seguem o padrão estipulado e aprovado em assembleia”, explica Kátia. É ali onde vão estar as especificações que o morador precisa seguir, como quantidade de folhas e tipos de vidro, espessura, largura e forma de abertura.
“A aprovação desses itens deve ser feita por meio de uma assembleia geral específica de condomínio, para que a fachada fique praticamente padronizada, sem afetar as características arquitetônicas do prédio”, explica José Roberto Graiche Junior, presidente da AABIC – Associação das Administradoras de Bens Imóveis e Condomínios de São Paulo.
Itens que podem alterar o exterior precisam ser consultados, como o modelo e o material da cortina e a cor da rede de proteção. O cuidado também vale para as modificações internas da varanda, que precisam seguir regras mesmo depois de envidraçadas: cor da parede, objetos pendentes (como plantas e redes) e mudança de piso podem ser vetados.
“Caso as especificações não sejam seguidas, o condomínio pode entrar com uma medida judicial, pedir a suspensão da obra e até desfazer o que já foi instalado”, alerta José.
Retirar as paredes e integrar a varanda à área social, nivelando o piso, também é algo que precisa ser estudado caso a caso.
“Não há um consenso geral sobre trocar portas e janelas de lugar ou retirar paredes. Isso varia de acordo com o prédio. Antes de mudar qualquer divisória, é preciso consultar as regras do condomínio e verificar a planta estrutural do apartamento para ver onde estão as vigas e as colunas”, explica a arquiteta Pati Cillo.
Se o imóvel for antigo e não possuir o desenho do projeto estrutural atualizado, é necessário contratar um engenheiro para avaliar a construção e emitir um laudo técnico.
Outro ponto a se atentar é em relação ao ar condicionado. “Caso o espaço a ser fechado com vidro for acomodar a condensadora, é necessário obedecer às recomendações do fabricante, devido à circulação de ar”, alerta Neto. Vale lembrar que não é todo prédio que permite que o equipamento fique na varanda.
Instalação e modelos
![varanda-gatos-projeto-cristiane-schiavoni-credito-guilherme-pucci-1024×683 Varanda integrada com espaço para pet](https://gutenberg.casa.abril.com.br/wp-content/uploads/2022/06/varanda-gatos-projeto-cristiane-schiavoni-credito-guilherme-pucci-1024x683-1.jpg?quality=95&strip=info&w=1024)
Existem vários tipos de modelos de fechamento, mas o mais adotado em prédios é o retrátil, também conhecido como cortinas de vidro ou fechamento europeu – aqui, painéis de vidro alinhados são instalados diretamente num trilho único.
Ao abrir, cada folha gira em ângulo de 90 graus, todas correm sobre o trilho e podem ser alinhadas na lateral do vão. “Esse modelo representa cerca de 90% dos envidraçamentos atuais, só os prédios mais antigos ainda utilizam o sistema fixo e corre, como se fosse uma janelão”, explica Kátia.
![7-varanda-gourmet-2 Varanda gourmet com mesa em madeira](https://gutenberg.casa.abril.com.br/wp-content/uploads/2022/05/7-varanda-gourmet-2.jpeg?quality=95&strip=info&w=730)
“Em São Paulo, conforme a ABNT NBR 16259 (Norma de Envidraçamento de Sacadas), para edifícios acima de três andares só é seguro utilizar vidro temperado, as espessuras podem ser de 6 a 18 mm”, explica Rodrigo Belarmino, CEO da Solid Systems.
Esse modelo evita estilhaçamento no caso de quebra por conta de impactos e resiste a ventos de até 350 km/h. “Geralmente, os andares mais baixos utilizam vidro de 10 mm e os andares mais altos de 12 mm”, diferencia Kátia.
“Uma opção que faz o maior sucesso é o sistema de envidraçamento de sacadas automatizado, no qual os vidros se recolhem automaticamente, acionado por controle remoto, celular, automação ou comando de voz”, detalha Rodrigo.
![Apartamento masculino no bairro Santa Rosa em Niterói assinado pelo STUDIO LIVIA AMENDOLA _ foto 8-varanda-bancos Varanda com bancos e almofadas](https://gutenberg.casa.abril.com.br/wp-content/uploads/2022/04/Apartamento-masculino-no-bairro-Santa-Rosa-em-Niteroi-assinado-pelo-STUDIO-LIVIA-AMENDOLA-_-foto-8-varanda-bancos.jpg?quality=95&strip=info&w=674)
Essa alternativa, no entanto, precisa vir de fábrica, ou seja, não é possível automatizar um sistema já executado. “Em relação a valores, depende muito da quantidade de vidros automatizada. Hoje, é muito comum as varandas possuírem um sistema misto, no qual somente um ou dois vãos – aqueles que o cliente abre mais – são automatizados e o restante continua abrindo manualmente”, completa Rodrigo.
Quanto às cortinas, uma opção que é geralmente oferecida aos moradores é a escolha do percentual de visibilidade: 1%, 3% ou 5%. “Quanto menor o percentual, mais fechada é a cortina. Ao mesmo tempo que impede a passagem do calor e da luz, dificulta a visão para fora”, explica Neto.
Com todas essas informações em mãos, o morador pode contratar o fornecedor que preferir. “O condomínio não pode exigir uma empresa específica para fazer o serviço”, diz José. Caso o imóvel troque de proprietário, o síndico ou a administradora precisa enviar uma minuta da ata que foi aprovada pelo condomínio com todas as informações para o novo condômino.
Vedação
![varanda-living-projeto-sabrina-salles-credito-julia-herman-1024×683 Varanda integrada com estar; sofá curvo e poltronas](https://gutenberg.casa.abril.com.br/wp-content/uploads/2022/06/varanda-living-projeto-sabrina-salles-credito-julia-herman-1024x683-1.jpg?quality=95&strip=info&w=1024)
Quanto à chuva, é necessário um esclarecimento: nenhum sistema oferece 100% de vedação. “A flambagem ou encurvadura é um fenômeno que acontece porque o vidro é uma peça esbelta e flexível e, quando submetido à pressão do vento durante uma tempestade, tende a flexionar o vidro e pode criar algumas frestas. Dessa forma, não é possível garantir 100% de estanque”, esclarece Kátia.
O passo a passo para fechar sua varanda com vidro:
![madeira-unidade-visual-ape-470m-cm-arqtuitetura-fotos-felipe-lima-sala-poltrona-mole-tapete-mesa-centro-varanda Varanda fechada com vidro; poltrona Mole e sofá rosa](https://gutenberg.casa.abril.com.br/wp-content/uploads/2022/06/madeira-unidade-visual-ape-470m-cm-arqtuitetura-fotos-felipe-lima-sala-poltrona-mole-tapete-mesa-centro-varanda.jpg?quality=95&strip=info&w=683)
- Consulte o Regimento do Condomínio: é ali onde vão estar as especificações de quantidade de folhas e tipos de vidro, espessura, largura, forma de abertura e cortinas.
- Se o envidraçamento não constar no Regimento: é preciso que os itens sejam aprovados em uma assembleia geral específica de condomínio. Para isso, é necessário também que o condomínio consulte um engenheiro estrutural para definir qual a melhor forma de fechar as varandas, sem danificar a estrutura.
- Contrate uma empresa especializada: o condomínio não pode exigir um fornecedor específico, você pode contratar qualquer mão de obra que siga as especificações determinadas pelo condomínio. É claro que, às vezes, compensa para os condôminos fecharem com uma empresa só para diminuir o custo.
- ART e RRT: a empresa que fornece o serviço também precisa emitir a ART ou RRT (anotação de responsabilidade técnica ou registro de responsabilidade técnica, documentos que comprovam que o projeto foi desenvolvido por arquitetos ou engenheiros habilitados e registrados nos conselhos de arquitetura e engenharia).
- Atenção aos detalhes: qualquer mudança que altere a fachada precisa ser consultada com o condomínio. Além de vidros, redes de proteção e cortinas precisam seguir especificações pré-determinadas.
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