Udada Sisterhood: uma exposição sobre a realidade das mulheres africanas
A artista Fernanda Feher homenageia as mulheres africanas que são violentadas pela cultura de mutilação genital
![udada-sisterhood](https://gutenberg.casa.abril.com.br/wp-content/uploads/2019/05/udada-sisterhood.jpg?quality=95&strip=info&w=1024&crop=1)
Udada. Em kiswahili, uma das línguas oficiais do Quênia, essa expressão significa sororidade – ou seja, a empatia e companheirismo entre mulheres na busca de algo em comum.
Inspirada nisso e nas mulheres que conheceu em sua viagem ao país africano, a artista paulistana Fernanda Feher expõe seu mais novo trabalho na Galeria BG 27, na Zona Oeste de São Paulo. A mostra ocorre entre os dias 9 de maio e 7 de junho, e reúne 16 obras que retratam mulheres africanas, dentre elas aquarelas, pinturas a óleo e tecidos.
![Obra da artista Fernanda Feher](https://gutenberg.casa.abril.com.br/wp-content/uploads/2019/05/ffeher-6.jpg?quality=95&strip=info&w=1024&crop=1)
Em nome de uma missão sobre casamento infantil, violência e mutilação sexual feminina, Feher viajou ao Quênia (África). Lá, participou de um projeto da ONG COVAW, que tinha o objetivo de conscientizar a comunidade local acerca dos temas por meio de conversas.
Mas a missão acabou sendo uma troca: permitiu à artista conhecer pessoas e suas histórias, o que lhe inspirou a criar as obras da “Udada – Sisterhood”, repletas de conteúdo social.
![Fernanda Feher e mulheres africanas no Quênia.](https://gutenberg.casa.abril.com.br/wp-content/uploads/2019/05/9.jpg?quality=95&strip=info&w=1024&crop=1)
“Os meus retratos contam histórias, mostram a força e alegria de mulheres que são mutiladas ou de garotas das escolas que visitei. O objetivo não é só colocá-las, necessariamente, no lugar de vítimas. Acho que se eu pintasse vaginas mutiladas não estaria colaborando em nada com esse processo e talvez ninguém viesse me perguntar quem são elas”, diz Feher.
O lucro da artista, proveniente da venda das telas, será completamente revertido para projetos da organização. A COVAW (Coalition on Violence Against Women) foi fundada em 1995 e é comprometida a promover os direitos femininos, trabalhando para conquistar uma sociedade livre de todas as violências contra mulheres e meninas.
Confira em nossa galeria algumas obras da exposição:
![](https://gutenberg.casa.abril.com.br/wp-content/uploads/2019/05/ffeher-16.jpg?quality=95&strip=info&w=472&w=636)
![](https://gutenberg.casa.abril.com.br/wp-content/uploads/2019/05/ffeher-12.jpg?quality=95&strip=info&w=471&w=636)
![](https://gutenberg.casa.abril.com.br/wp-content/uploads/2019/05/ffeher-18.jpg?quality=95&strip=info&w=829&w=636)
![](https://gutenberg.casa.abril.com.br/wp-content/uploads/2019/05/ffeher-20.jpg?quality=95&strip=info&w=611&w=636)
![](https://gutenberg.casa.abril.com.br/wp-content/uploads/2019/05/ffeher-10.jpg?quality=95&strip=info&w=469&w=636)
![](https://gutenberg.casa.abril.com.br/wp-content/uploads/2019/05/ffeher-11.jpg?quality=95&strip=info&crop=0px%2C515px%2C3095px%2C2107px&resize&w=1024&w=636)
![](https://gutenberg.casa.abril.com.br/wp-content/uploads/2019/05/ffeher-19.jpg?quality=95&strip=info&w=625&w=636)
![](https://gutenberg.casa.abril.com.br/wp-content/uploads/2019/05/ffeher-1.jpg?quality=95&strip=info&w=876&w=636)
![](https://gutenberg.casa.abril.com.br/wp-content/uploads/2019/05/ffeher-13.jpg?quality=95&strip=info&w=475&w=636)
![](https://gutenberg.casa.abril.com.br/wp-content/uploads/2019/05/ffeher-8.jpg?quality=95&strip=info&w=482&w=636)
![](https://gutenberg.casa.abril.com.br/wp-content/uploads/2019/05/ffeher-2.jpg?quality=95&strip=info&w=502&w=636)
![](https://gutenberg.casa.abril.com.br/wp-content/uploads/2019/05/ffeher-4.jpg?quality=95&strip=info&w=511&w=636)
![](https://gutenberg.casa.abril.com.br/wp-content/uploads/2019/05/ffeher-15.jpg?quality=95&strip=info&w=450&w=636)
![](https://gutenberg.casa.abril.com.br/wp-content/uploads/2019/05/ffeher-3.jpg?quality=95&strip=info&w=512&w=636)
![](https://gutenberg.casa.abril.com.br/wp-content/uploads/2019/05/ffeher-9.jpg?quality=95&strip=info&w=473&w=636)
![](https://gutenberg.casa.abril.com.br/wp-content/uploads/2019/05/ffeher-5.jpg?quality=95&strip=info&w=474&w=636)
Sobre a mutilação genital feminina
Segundo a Organização Mundial das Nações Unidas (ONU), a mutilação genital feminina acontece para 200 milhões de mulheres no mundo. Ocorre, principalmente, em países da África e do Oriente Médio, mas também em regiões da Ásia, da América Latina e entre imigrantes que moram na Europa Ocidental, América do Norte, Austrália e Nova Zelândia.
Trata-se da transformação do órgão genital feminino, a partir de técnicas que podem resultar em remoção do clitóris e dos pequenos lábios, corte ou reposicionamento dos grandes lábios e costura. As razões que levam à prática são, geralmente, sociais e religiosas, para preservação da virgindade, castidade e passagem para vida adulta. É, inclusive, pré-requisito para casamento em algumas culturas.
O processo é doloroso e não conta com preparo sanitário. Além disso, é pensado para alterar a anatomia original, anulando o prazer sexual feminino e intensificando o do homem. Como resultado, condições de higiene também são afetadas, prejudicando a saúde da mulher.